Crítica - O Legado Bourne

A trilogia Bourne ficou famosa por apresentar uma nova roupagem aos filmes de espionagem, criando uma abordagem mais crua e realista em relação à imagem do agente secreto – algo que, inclusive, foi adaptado para a famosa franquia de James Bond em Cassino Royale. E Tony Gilroy seria a pessoa ideal para comandar esse novo capítulo.

Principal nome por trás dos roteiros dos três longas anteriores e responsável pela direção do excelente Conduta de Risco, o diretor tinha ainda a seu favor o fato do astro em ascensão Jeremy Renner ter aceitado a tarefa de substituir Matt Damon como o herói da história. É difícil entender, então, como um projeto que tinha grandes chances de funcionar consegue ser tão mal-sucedido em suas intenções, não respeitando, inclusive, o material original no qual se baseia.

Gilroy parece perdido em meio ao universo que ele mesmo concebeu, baseando toda a sua narrativa em um conceito que ele mesmo já havia abandonado: os comprimidos que os agentes tomam para suas dores de cabeça. Nessa nova roupagem essas drogas (que foram apenas mencionadas por Clive Owen em A Identidade Bourne) alteram geneticamente os espiões que as usam, criando uma espécie de “super-agentes” – algo é contrário à proposta realista mencionada antes.

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